26 de jun. de 2015

Dia 23: Cinderela (1º de abril)

Contar que fui ao cinema para ver Cinderela (Cinderella) poderia ser uma pegadinha de primeiro de abril. Mas não foi. Primeiro, a única razão para estar ali era matar tempo a fim de esperar a pré- estreia de Velozes e Furiosos 7 à meia-noite. No entanto, no final das contas, eu me surpreendi de forma agradável como que havia visto. 

Eu havia visto o trailer do filme, mas não sabia muito mais a respeito de sua produção. Para mim, outro filme sobre Cinderela não era de fato necessário, assim como eu considerei quando da produção dos dois mais recentes filmes do Homem Aranha com Andrew Garfield. Mas eu fiquei surpresa com os dois, na verdade. Ao acessar o imdb.com durante os créditos finais de Cinderela, eu entendi o que fez desta uma boa adaptação: dirigida Kenneth Branagh, em roteiro de Chris Weltz, com a participação de um elenco forte (Bonham Carter é um deleite como a Fada Madrinha) uma história bastante conhecida e já contada inúmeras vezes acabou for ocasionar um bom filme.  

Ao falar sobre sua versão de Cinderela, Branagh afirmou que "É impossível pensar em Cinderela sem considerar a adaptação da Disney e suas imagens atemporais com as quais crescemos. Esses momentos clássicos são irresistíveis para um cineasta". Além desta citação, a trivia  no imdb.com está repleta de detalhes interessantes sobre a produção, demonstrando um cuidado com a adaptação do conto de fadas. Todos esses detalhes dizem de um olhar atento para todos os diversos aspectos relativos à história e ao espaço que ocupa no imaginário coletivo por diversas gerações. Essa atenção cuidadosa está presente também no elenco multirracial - um elemento normalmente ausente das adaptações de contos de fadas. 

Esse cuidado podia se sentido na reação dos espectadores no cinema: numa sala em que a maioria eram adultos, houve vários suspiros de encanto, admiração, algumas risadas e até mesmo quadro mulheres filmando algumas das cenas mais famosas com seus celulares. Foi doce e curioso assistir a essa filme que transcorria fora do filme. Foi também a confirmação de como uma história bem contada prende a audiência por duas horas de boa diversão, repleta de lembranças. 

Ao ler o comentário de Rodrigo abaixo, lembrei de algo que chamou minha atenção no filme, mas que havia de comentar. Crianças são muito susceptíveis aos desejos e expectativas dos seus pais, de tal forma que sempre tentam fazer jus a elas.  Claro, um coração forte e generoso é exemplar, mas por vezes, nesse filme, eu achei que Cinderela de fato não reage à altura diante da injustiça que vivencia por conta de manter uma fidelidade ilusória aos conselhos de uma mãe no leito de morte. Como ocorre em muitos dos contos tradicionais, a mensagem é: mesmo sofrendo, se mantenha forte que, ao final, o príncipe e todo o reino serão seus. Kenneth Branagh tenta, mas mesmo em sua visão cuidadosa ele não conseguiu ir muito longe das interpretações clássicas do conto em alguns de seus mais ambivalentes significados. 

http://onemovieadaywithamelie.blogspot.com/2015/04/day-twenty-three-april-1.html




Cinderella. Dirigido por Kenneth Branagh. With: Lily James, Kate Blanchett,
 Richard 
Madden, Helena Bonham Carter. Roteiro : Chris Weltz.  EUa/
Inglaterra, 2015, 105 min., Dolby Digital/Datasat, Color (Cinema).

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