Esse beijo... cruzes. |
Mais Forte que a Morte (Act of Love) estava programado para passar na TV a cabo ontem, e depois de ler alguns bons comentários a respeito, eu decidi escolhê-lo para o dia 58 deste desafio.
Dirigido pelo francês Anatole Litvak em 1953, o filme tem dois diferentes tempos: o prólogo e o epílogo ocorrem na mesma época da produção (os dias atuais, como anunciado no início). A outra parte é um flashback de Paris no final da Segunda Guerra Mundial. O filme realmente prometia bastante com sua atmosfera mais soturna, mas eu cheguei ao seu fim bastante desanimada.
A ocupação da França pelo exército dos Estados Unidos após a evacuação alemão é apresentada em seus aspectos duais: ao meso tempo em que sua presença era bem-vinda, havia muita oposição.
Litvak não deixa muito clara a sua opinião a respeito, mas sem dúvida alguma ele se concentra num elemento moral: o crescimento do mercado sexual em tempos de ocupação, e a humilhação que isso representava para os franceses. O diretor escolhe apresentar o tema da forma moralista predominante nas produções norte-americanas da época.
Conforme Litvak, havia dois diferentes tipos de mulheres na época da ocupação (algumas delas bastante jovens): as que escolheram se vender "alegremente" são contrapostas àquelas que, puras e inocentes, não possuíam outra alternativa. Ok, há diferentes perspectivas a respeito de tudo, mas não na forma como apresentada aqui, um julgamento preconceituoso, de forma a tornar o filme realmente insuportável.
Quando eu estava entrando na adolescência, as produções de Hollywood dos anos 30 até os 60 eram conhecidas como clássicos, e estavam populares na TV da época, tanto que elas eram quase um sinônimo de boa qualidade cinematográfica. Eu assistia a todos noite adentro, nos fins de semana. Eu gostava muito desse tipo de produção (e dos atores), até que eu assisti a muitos deles novamente anos depois. Alguns são de fato muito bons, irônicos mesmo (o que passou despercebido por mim quando mais jovem), como Casablanca, mas outros são grotescamente moralistas e antifeministas, como O Candelabro Italiano (Rome Adventure, 1962), por exemplo.
Act of Love, Apesar do seu bom começo e final (nessas duas partes, a história é interessante e vai direto ao ponto - como descuidada e preconceituosa uma autoridade, e a humanidade de fato, pode ser), ele se torna quase incongruente. Como já dito, preconceito, tolice, moralismo são palavras adequadas a ele, infelizmente. Porque alguns de seus temas são relevantes e não comumente discutidos em produções da época ou mesmo atualmente.
http://onemovieadaywithamelie.blogspot.com.br/2015/05/day-fifty-eight.html
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PS: Fragmento: Amor Certo, Hora Errada (The Right Kind of Wrong, 2013).
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