6 de jul. de 2015

Dia 58: Mais Forte que a Morte (6 de maio)

Esse beijo... cruzes. 
Mais Forte que a Morte (Act of Love) estava programado para passar na TV a cabo ontem, e depois de ler alguns bons comentários a respeito, eu decidi escolhê-lo para o dia 58 deste desafio. 

Dirigido pelo francês Anatole Litvak em 1953, o filme tem dois diferentes tempos: o prólogo e o epílogo ocorrem na mesma época da produção (os dias atuais, como anunciado no início). A outra parte é um flashback de Paris no final da Segunda Guerra Mundial. O filme realmente prometia bastante com sua atmosfera mais soturna, mas eu cheguei ao seu fim bastante desanimada. 

A ocupação da França pelo exército dos Estados Unidos após a evacuação alemão é apresentada em seus aspectos duais: ao meso tempo em que sua presença era bem-vinda, havia muita oposição. 

Litvak não deixa muito clara a sua opinião a respeito, mas sem dúvida alguma ele se concentra num elemento moral: o crescimento do mercado sexual em tempos de ocupação, e a humilhação que isso representava para os franceses. O diretor escolhe apresentar o tema da forma moralista predominante nas produções norte-americanas da época.

Conforme Litvak, havia dois diferentes tipos de mulheres na época da ocupação (algumas delas bastante jovens): as que escolheram se vender "alegremente" são contrapostas àquelas que, puras e inocentes, não possuíam outra alternativa. Ok, há diferentes perspectivas a respeito de tudo, mas não na forma como apresentada aqui, um julgamento preconceituoso, de forma a tornar o filme realmente insuportável. 

Quando eu estava entrando na adolescência, as produções de Hollywood dos anos 30 até os 60 eram conhecidas como clássicos, e estavam populares na TV da época, tanto que elas eram quase um sinônimo de boa qualidade cinematográfica. Eu assistia a todos noite adentro, nos fins de semana. Eu gostava muito desse tipo de produção (e dos atores), até que eu assisti a muitos deles novamente anos depois.  Alguns são de fato muito bons, irônicos mesmo (o que passou despercebido por mim quando mais jovem), como Casablanca, mas outros são grotescamente moralistas e antifeministas, como O Candelabro Italiano (Rome Adventure1962), por exemplo. 

Act of Love, Apesar do seu bom começo e final (nessas duas partes, a história é interessante e vai direto ao ponto - como descuidada e preconceituosa uma autoridade, e a humanidade de fato, pode ser), ele se torna quase incongruente. Como já dito, preconceito, tolice, moralismo são palavras adequadas a ele, infelizmente. Porque alguns de seus temas são relevantes e não comumente discutidos em produções da época ou mesmo atualmente. 

http://onemovieadaywithamelie.blogspot.com.br/2015/05/day-fifty-eight.html

Essa expressão de martir é terrível...

Mais Forte que a Morte (Act of Love)Dirigido por Anatole Litvak. Com: 
Kirk Douglas, Dany Robins, Barbara Laage. Roteiro  Joseph Kessel, 
baseado no romance The Girl im the Via Flaminia, de Alfred Hayes. 
França/EUA, 1953, 95 min., Maghaphone Werstern Electric, P&B (Net).

PS: Fragmento: Amor Certo, Hora Errada (The Right Kind of Wrong, 2013).

Nenhum comentário:

Postar um comentário