6 de ago. de 2015

Dia 114: Inquietos (1º de julho)

Nos últimos quase quatro meses, houve a criação, por acado, de um sistema que tem funcionado lindamente aqui, e que eu espero continue dessa forma até o dia 365.

Quando eu me vejo diante da ausência total de vontade de assistir a um filme, ou mesmo de escolher algum para o dia, eu peço - a quem eu não sei, talvez aos Deuses do Cinema - por um bom filme, que faça sentido naquele momento. Essa solicitação deu certo já por cinco ou seis vezes, e neste dia esse sistema provou sua excelência. 

O primeiro que vi anunciado quando abri o Netflix foi Inquietos (Restless), do qual nunca havia ouvido falar antes. Ele parecia ser bom, então escolhi assistir a esse filme de Gus Van Sant de 2011. Aconteceu, então, que a surpresa e a alegria causada por filmes num dia em que eu não estava disposta a estar com eles encontrava-se ali, mas amplificada por um zilhão.

Inquietos é encantado. E encantador. É isso. Ele possui a mesma fantasia sonhadora de uma animação, ou daquele livro que carregamos perto do coração por toda a vida.  É uma história sem laços com ironia, sarcasmo, críticas. Na verdade, o filme se ocupa principalmente em narrar um conto doce e sincero sobre perda e amor por meio de cores delicadas, mas mesmo assim bastante fortes. Nós somos constantemente surpreendidos pelos dois personagens principais, especialmente Enoch, numa atuação que domina o filme, na maneira como apresentada por Henry Hopper. Suas expressões silenciosas carregam muito consigo, tanto que se torna difícil descrever. 

Tudo nesse filme artístico, com ecos da Nouvelle Vague, é composto de forma delicada para contar de vidas que conhecem dor, perda e tristeza. Os personagens joviais, encantadores e melancólicos, a belíssima fotografia, a incrível trilha sonora... Desse modo, como costuma ocorrer nesse tipo de filme, há muita dor por detrás deses personagens silenciosos, que deixam transparecer, no entanto, esperança e maneiras de lidar com os os aspectos mais difíceis da vida. 

Ao final, em lágrimas, mas mesmo assim como o coração flutuando, eu estava absolutamente apaixonada. E agradecida por novamente ter tido toda essa sorte. 

http://onemovieadaywithamelie.blogspot.com/2015/07/day-114-restless-july-1st.html





Inquietos (Restless). Dirigido por Gus Van Sant. Com: Henry Hopper, 
Mia Wasikowska, Riô Kase. Roteiro: Jason Lew. EUA, 2011, 91 min., 
Dolby Digital/DTS/SDDS, Color (Netlix).


PS: A primeira música nesse filme me colocou diretamente dentro dele; a última, disse adeus de uma forma bastante comovente. A primeira eu não vou contar qual foi - você provavelmente a conhece e será, então, uma boa surpresa e uma forma querida de entrar na história. Mas eu preciso falar sobre a última, de Nico: ela é The Fairest of The Seasons, bela e tocante e triste, e uma parte do igualmente incrível Os Excêntricos Tenembaums (The Royal Tenenbaums), de Wes Anderson. Eu já me referi aqui a suas trilhas sonoras geniais, e esta que apresente permanece conosco por muito tempo após os créditos finais.




PPS: Desde o início deste desafio, eu vi três filmes com Mia Wasikowska here - O Duplo, Amantes Eternos e Inquietos. Felizmente, ela prece estar em ascensão, e sua presença em um filme tem sido sempre impactante. 






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