11 de set. de 2015

Dia 128: Cidades de Papel (15 de julho)

Eu não havia planejado assistir à mais recente adaptação de um livro de John Green para o cinema hoje, mas mesmo assim lá estava eu, num cinema lotado, na companhia inesperada de uma amiga muito amada, um monte de pipoca e balinhas. Um inesperado final feliz para um dia que acabou sendo bastante estranho. 

O que eu mais gosto quando vejo um livro de JG no cinema é todo o cuidado da produção no sentido de contar uma história querida para muitos leitores. Esse tipo de cuidado tem sido crescente no que se refere à adaptação de livros voltados para o público jovem, o que é um bom sinal a meu ver. Uma boa história não tem idade ou púbico específico apenas, e as adaptações mais recentes tem trazido essa ideia de forma surpreendente. 

Dessa forma, com o envolvimento de John Green na produção, Cidades de Papel (Paper Towns) é um filme basicamente fiel ao seu original. Alguns fatos são diferentes, como não poderia deixar de ser numa boa adaptação. No entanto, a história e os personagens estão ali, com a ajuda de um elenco bastante bom,  e isso é o que importa realmente ao final. Porém, eu preciso dizer que a cena mais fundamental do livro para mim foi um tanto apressada no filme, infelizmente. A noite de aventuras ninja de Margo e Quentin passou muito rapidamente, e é superficial se comparada com a maior intensidade com que narrada no livro. Esse e meu único senão aqui... mas ele é essencial. Essa cena poderia e deveria ter sido bem melhor. Ao menos, ela ainda é incrível no livro. Eu não acho que esteja chata nesse sentido... minha decepção podia quase ser ouvida quando percebi que uma cena tão importante havia sido apressada de forma desnecessária.

Minhas risadas também podiam ser ouvidas claramente, muito altas de fato. Eu ri alto enquanto lia o livro, tanto que eu tive que parar várias vezes antes de conseguir continuar a leitura. Eu ri muito menos no filme, mas o suficiente para incomodar e envergonhar minha companhia sensivelmente mais controlada e digna. E por falar em controle, a participação especial no filme provocou risadinhas e até alguns gritinhos histérios (nada a ver comigo, claro :). É fofa e uma boa referência a outras histórias de John Green que, espero, se tornarão uma tradição nas próximas adaptações. 

O que uma pessoa realmente é, para além do que vemos, pode ser um mistério. É comum projetarmos uma imagem própria em alguém apenas para nos surpreendermos quando essa pessoa não corresponde a essa ideia que formamos sobre ela. Mas esse é um problema nosso, e Cidades de Papel se refere justamente a essa percepção de uma forma divertida e fofa, marca registrada das histórias de John Green. Felizmente :) 

http://onemovieadaywithamelie.blogspot.com.br/2015/07/day-128-paper-towns-july-15.html


Cidades de Papel. Dirigido por Jack Schreier. Com: Nat Wolff, Cara Delevingne,
Justice Smith, Austin Abrams. Roteiro: Scott Neustaudner and Michael H.
Weber a partir do livro de John Green. EUA, 2015,  109 min., Color (Cinema).


PS: Há alguns elementos recorrentes nas histórias de John Green: tulipas, a frase "I love you present tense" ("Eu te amo no tempo presente") ... e The Mountain Goats, a banda favorita do autor. Abaixo, um easter egg em Cidades de Papel:





PPS: Eu li os quatro livros solo de John Green em sequência, no espaço de cinco dias. Primeiramente foi O Teorema de Katherine, meu preferido - não estou sendo do contra aqui, mas eu realmente gosto desse livro, mesmo sabendo que esse é comumente aquele de que as pessoas menos gostam. Depois vieram as lágrimas de sangre e o coração partido em A Culpa é das Estrelas. A seguir, cheguei a Cidades de Papel - a cena da vaca me fez chorar de ir. O último acabou por ser o primeiro livro de John Green, Quem é você, Alaska?, o livro dele de que menos gosto. Eu o achei sufocante, sem nenhum dos traços que John Green depois apresentou na sua forma de contar suas histórias sobre o fim da adolescência de maneira doce e perspicaz.








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